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Morre Zé Celso, criador do Teatro Oficina



Morreu Zé Celso, na manhã desta quinta-feira (06), em São Paulo. Sai de cena o ator, escritor, diretor e dramaturgo que marcou o teatro brasileiro a partir da segunda metade do século passado.


Na manhã de terça-feira (4), ele foi internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com queimaduras em 53% do corpo, após um incêndio em seu apartameto no Paraíso, Zona Sul da capital paulista, causado por uma falha no aquecedor da resistência. Encaminhado para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde foi entubado, Zé Celso não resistiu.


No início de junho, Zé Celso se casou com o ator Marcelo Drumond. O casal convivia desde 1986 e oficializou o relacionamento no Oficina, em cerimônia que contou com a presença de várias personalidades da cena cultural do país, além de shows de Marina Lima e Daniela Mercury.


José Celso Martinez Corrêa nasceu m Araraquara, em 1937. Em 1955 entrou para o curso da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, profissão que nunca exerceu. Entretanto no período em que esteve no Largo São Francisco formou o Teatro Oficina e foi ali que seus primeiros textos Vento Forte para Papagaio Subir (1958) e A Incubadeira (1959), foram encenados.


A partir de 1968, montagens como Roda Viva, Galileu Galilei e Na selva das cidades foram realizadas com grande sucesso. Um ano depois, a sua peça Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, foi censurada e em 1974 ele foi preso e teve que se exilar em Portugal. Nessa época, ele filmou O Parto, seguindo a Revolução dos Cravos, e, em seguida, foi a Moçambique para documentar a independência do país.


De volta ao Brasil, em 1978, Zé Celso retomou seu trabalho com o Oficina e, nos anos 80, lutou para defende-lo de um shopping center, projeto do empresário Silvio Santos, que estava sendo construído no local, e conseguiu que o Oficina fosse tombado como patrimônio histórico.


No início da década de 1990, o grupo ganha novo nome: Companhia de Teatro Oficina Uzyna Uzona e realizou obras como As bacantes e Cacilda!, sobre a vida de Cacilda Becker. Em 2000, Zé Celso passou a recriar a obra Os sertões, de Euclides da Cunha, e esteve à frente de diversos movimentos artísticos e sociais da época.


Um dos destaques de seu trabalho foi a nova montagem As Dionisíacas. O espetáculo apresentou-se em sete capitais brasileiras e aconteciam sempre em estádios, com entrada franca para o grande público.


Zé Celso deixa o legado de uma arte que revolucionou os costumes e a política do país. Ele trabalhou ao lado de grandes nomes das artes, como Augusto Boal, Chico Buarque, Sérgio Britto, Raul Cortez e Pascoal da Conceição. Sua obra, suas criações e ideias serão lembradas por gerações.


Da redação, com Agência Brasil


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