A PL das Fake News pode ser votada nesta terça-feira(2) na Câmara Federal. Cercada de polêmica e sofrendo ataques da oposição e das grandes empresas de tecnologias, o projeto que busca regulamentar as redes sociais do país, movimentou as próprias plataformas.
No Twitter, o ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou nesta segunda-feira (1º), que a pasta irá apurar a possível ocorrência de práticas abusivas pelas empresas.
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo federal no Congresso Nacional, anunciou pelo Twitter, que irá pedir a abertura de um inquérito no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar o Google por uma possível infração contra a ordem econômica.
O relator da "PL 2630", deputado Orlando Silva, acusou as grandes empresas de tecnologia de "ação suja" contra o projeto que busca regulamentar as redes sociais no país. A declaração foi dada a jornalistas em São Paulo, nesta segunda (1º), após o ato tradicional ato das centrais sindicais pelo Dia do Trabalhador, no Vale do Anhagabaú.
"Nunca vi tanta sujeira em uma disputa política. O Google, por exemplo, usa sua força majoritária no mercado para ampliar o alcance das posições de quem é contra o projeto e diminuir de quem é favorável ao projeto", disse o deputado.
A desproporção de forças nas redes, pode ser observado no relatório publicado pelo NetLab, Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo o documento, há o que seria, um enviesamento dos resultados de busca no Google para privilegiar conteúdos críticos ao projeto de lei.
“Reunimos evidências de que o Google vem apresentando resultados de busca enviesados para usuários que pesquisam por termos relacionados ao projeto de lei, insinuando que as buscas são por “PL da Censura”, que é o nome usado pela oposição contra a regulamentação das plataformas, e não pelo nome oficial “PL 2630” ou o nome usado pela imprensa ‘PL das Fake News’”, diz o estudo.
Na disputa para influenciar a votação da PL das Fake News, o Google e outras empresas não economizam esforços. Nesta segunda, o Google fixou em sua página oficial um link com a seguinte mensagem: “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. Ao clicar, o usuário é remetido a um texto do diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, com críticas ao projeto.
Diversos veículos de comunicação tentaram contato com o Google para obter um posicionamento sobre as acusações, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno.
Com Agência Brasil
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