Escolas em áreas de risco climático impactam mais de 19 mil alunos
Um levantamento do Instituto Alana, com dados do MapBiomas e Fiquem Sabendo, identificou que 117 escolas na capital do Rio de Janeiro estão localizadas em áreas de risco climático. Esses riscos incluem enchentes, deslizamentos e alagamentos, afetando diretamente 19.226 estudantes.
O estudo analisou 20.635 escolas de educação infantil e fundamental em todas as capitais brasileiras. O Rio de Janeiro ocupa o quinto lugar no ranking nacional, atrás de Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Recife.
Desigualdades sociais e racismo ambiental
Cerca de 90% das escolas situadas em áreas de risco estão dentro ou a até 500 metros de favelas e comunidades urbanas. Além disso, 51% dessas instituições têm maioria de alunos negros. Por outro lado, apenas 4,7% das escolas com maioria de alunos brancos enfrentam riscos semelhantes, evidenciando uma conexão entre fatores climáticos e desigualdades raciais.
Falta de áreas verdes agrava a situação
Outro dado preocupante é a ausência de áreas verdes. No Rio de Janeiro, 34% das escolas não possuem áreas verdes em seus terrenos. A situação é mais crítica na educação infantil, com 43,5% das instituições sem espaços naturais.
No entanto, as escolas públicas apresentam mais áreas verdes em comparação com as particulares. Apenas 9% das particulares têm mais de 30% de área verde em seus lotes, contra 31% das públicas.
A importância de soluções climáticas
Com a maioria das crianças vivendo em áreas urbanas, o contato com a natureza se torna essencial para melhorar indicadores de saúde, aprendizado e bem-estar. O Instituto Alana destaca soluções baseadas na natureza, como jardins de chuva, restauração de vegetação nativa e compostagem, para tornar as escolas mais resilientes às mudanças climáticas.
A inclusão da comunidade escolar no planejamento e implementação dessas soluções é vista como essencial para transformar as escolas em centros de aprendizado sustentável e adaptados às novas realidades climáticas.
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