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Detecção precoce do autismo contribui para inclusão escolar e alfabetização

Dia Mundial de Conscientização do Autismo destaca desafios e avanços
Foto: Tania Rego/Agencia Brasil
Foto: Tania Rego/Agencia Brasil

No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, especialistas e familiares compartilham experiências e desafios enfrentados na educação de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A detecção precoce se revela crucial para garantir a inclusão escolar e facilitar a alfabetização, conforme relatos de mães como Emanoele Freitas e Isabele Ferreira da Silva Andrade, moradoras do Rio de Janeiro.


A neurocientista Emanoele Freitas compartilhou sua jornada com o filho Eros Micael, destacando a importância do diagnóstico correto após anos de desafios na escola pública. Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Emanoele começou a perceber que o filho, Eros Micael, tinha dificuldades para se comunicar quando ele tinha 2 anos. "Foi, então, que veio o diagnóstico errado de surdez profunda. Só com 5 anos, com novos exames, descobriu-se que, na realidade, ele ouvia bem, só que ele tinha outra patologia. Fui encaminhada para a psiquiatra, e ela me deu o diagnóstico de autismo. Naquela época, não se falava do assunto”, diz a mãe do jovem, que hoje tem 21 anos.


Ser de um grau menos autonomo do espectro autista, também chamado de nível 3 de suporte, trouxe muitas dificuldades na vida escolar, que Eros frequentou até o ensino fundamental, com quase 15 anos. “O Eros iniciou na escola particular e, depois, eu o levei para a escola pública, que foi onde eu realmente consegui ter uma entrada melhor, ter uma aceitação melhor e ter profissionais que estavam interessados em desenvolver o trabalho”, acrescenta Emanoele.

“Ele não conseguia ficar em sala de aula e desenvolver a parte acadêmica. Ele tem um comprometimento cognitivo bem acentuado. Naquele momento, vimos que o primordial era ele aprender a ser autônomo. Ele teve mediador, o professor que faz sua capacitação em mediação escolar. Meu filho não tinha condições de estar em uma sala de aula regular, e ele ficava em uma sala multidisciplinar”.

Por outro lado, Isabele Ferreira da Silva Andrade, mãe de Pérola e Ângelo, relata a adaptação de seus filhos em ambientes escolares distintos, ressaltando a necessidade de suporte individualizado. Ela é mãe de duas crianças do espectro autista, Pérola, de 7 anos, e Ângelo, de 3 anos. Ela explica que o menino tem "autismo moderado", ou nível 2 de suporte com atrasos cognitivos e hiperatividade. Já a filha, mais velha, tem "autismo leve", nível 1 de suporte, e epilepsia.


“Eu a levei no pediatra porque ela já tinha 2 anos e estava com o desenvolvimento atrasado, não falava muito. Ela falava uma língua que ninguém entendia. Vivia num mundo só dela, não brincava, não ria. Comecei a desconfiar. O pediatra me explicou o que era autismo e disse que ela precisava de acompanhamento. Eu a levei para o neurologista, para psicólogo, fonoaudióloga. Fiz alguns exames que deram alteração”, lembra Isabele.


“Já meu filho foi muito bem até 1 ano de idade. Depois de1 ano, começou a regredir. Parou de comer, parou de brincar, não queria mais andar. Chorava muito. Comecei a achar estranho. Ele foi encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da prefeitura.

Fizeram a avaliação dele lá, por uma equipe multidisciplinar. Tentei continuar trabalhando, mas com as demandas da Pérola e do Ângelo, tive que parar de trabalhar para levar para as terapias. O cuidado é integral. Parei minha vida. Eu era caixa de lotérica”, conta a dona de casa.


O filho menor está matriculado em uma creche municipal que tem cinco crianças autistas. No momento em que a professora percebe que o Ângelo precisa de mais atenção, ela se concentra nele, diz Isabele.


Já a filha mais velha está em uma turma regular em escola municipal, e, na classe, há outro aluno com grau mais severo de autismo. “Eles têm mediadores na escola que se concentram mais nas crianças com autismo severo. As professoras dos dois são psicopedagogas, têm entendimento e sabem lidar”.


A dona de casa conta que, depois que saiu o diagnóstico de sua filha mais velha, seu pai também decidiu investigar e descobriu, com mais de 50 anos, que também era autista. “Ele teve muita depressão ao longo de toda a vida dele”.


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é marcado por déficits na interação social e comunicação, demandando adaptações específicas no ensino regular. Segundo Luciana Brites, do Instituto NeuroSaber, a individualidade de cada aluno autista deve ser considerada no planejamento pedagógico, com foco em atividades que estimulem a consciência fonológica e habilidades linguísticas.


A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, implementada desde 2008, visa superar barreiras educacionais por meio de recursos como salas de recursos multifuncionais (SRM) e Atendimento Educacional Especializado (AEE). O Ministério da Educação destaca a importância da convivência entre todas as pessoas, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de aprendizado.


 Segundo dados do Censo Escolar/Inep, em 2022, mais de 1,3 milhão de estudantes público-alvo da educação especial estavam matriculados em classes comuns, representando um avanço significativo na inclusão educacional. No entanto, desafios persistem na capacitação de professores e na adequação dos currículos escolares.


*Com informações da Agência Brasil

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