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Cresce a presença feminina no mercado de trabalho, mas desigualdade salarial permanece

Mulheres ganham em média 20,9% a menos que os homens no Brasil, segundo novo relatório


Dados do 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgados em 7 de abril pelo Governo Federal, mostram que a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda é uma realidade no mercado de trabalho brasileiro. Segundo o levantamento, mulheres recebem, em média, 20,9% a menos que os homens em 53.014 estabelecimentos com 100 ou mais empregados.


Diferença nos salários permanece alta


Enquanto a remuneração média dos homens é de R$ 4.745,53, a média recebida pelas mulheres é de R$ 3.755,01. Mulheres negras têm rendimento ainda menor: R$ 2.864,39 em média.


Caso mulheres recebessem o mesmo que homens na mesma função, R$ 95 bilhões poderiam ter sido injetados na economia brasileira em 2024. O número de mulheres empregadas chegou a 7,7 milhões, com ocupação de 40,6% da população feminina.


Evolução dos relatórios


A análise se baseou em 19 milhões de vínculos do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2024. No primeiro relatório, lançado em março de 2024, a diferença era de 19,4%. No segundo, em setembro, passou para 20,7%.


Participação de mulheres negras aumenta


Um dado positivo foi o crescimento de 18,2% na presença de mulheres negras no mercado de trabalho. O número subiu de 3,2 milhões para 3,8 milhões.


Também houve redução no número de estabelecimentos com até 10% de mulheres negras, de 21.680 para 20.452. Estabelecimentos com diferença salarial de até 5% entre homens e mulheres também aumentaram.


Massa salarial e ocupações


De 2015 a 2024, a participação da massa salarial feminina passou de 35,7% para 37,4%. O número de mulheres ocupadas cresceu de 38,8 milhões para 44,8 milhões, enquanto o de homens foi de 53,5 milhões para 59 milhões.


A desigualdade também é verificada por tipo de ocupação: diretoras e gerentes recebem 73,2% do salário dos homens; profissionais com nível superior, 68,5%; e trabalhadoras administrativas, 79,8%.


Diferença entre estados


As menores desigualdades salariais estão em Pernambuco (9,14%), Acre (9,86%), Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%). Já os maiores índices de disparidade estão no Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%), Santa Catarina (27,96%) e Rio de Janeiro (27,82%).


Guia para negociação coletiva e nova campanha


Durante o lançamento do relatório, o Governo apresentou o Guia para Negociação Coletiva da Lei de Igualdade Salarial. O material fornece orientações para empregadores e sindicatos, com foco em reduzir disparidades no ambiente de trabalho.


Foi também lançado o Movimento pela Igualdade no Trabalho, que reúne empresas e organizações trabalhistas de diversos setores. A adesão pode ser feita pela página da iniciativa, com a carta aberta "Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho".


Lei nº 14.611/2023 e plano nacional


O relatório é parte da implementação da Lei nº 14.611/2023, que trata da igualdade de salários e critérios remuneratórios. Empresas com mais de 100 empregados devem garantir transparência salarial, canais de denúncia e ações de diversidade e inclusão.


O Governo Federal também executa o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com orçamento de R$ 17 bilhões até 2027. O plano envolve dez ministérios e foca na permanência das mulheres no mercado e acesso a cargos de direção.


Foto: Matheus Itacaramby / MMulheres

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