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Apostas esportivas comprometem orçamento familiar das classes D e E



O crescimento das apostas esportivas em plataformas online está causando um impacto significativo no orçamento das classes socioeconômicas de menor poder aquisitivo no Brasil. Segundo análise da PwC Strategy& do Brasil, esse fenômeno afeta o consumo de mercadorias e serviços essenciais, além de influenciar negativamente a percepção de melhora na economia do país.


Desde a aprovação da Lei nº 13.756 em 2018, que regulamenta as apostas de quota fixa, houve um aumento de 419% nos gastos com apostas. Gerson Charchat, economista e advogado da Strategy& do Brasil, destaca que esses gastos já ultrapassam outras despesas discricionárias, como lazer e cultura, começando a impactar até mesmo o orçamento destinado à alimentação.


A situação é particularmente preocupante entre os jovens de baixa renda, onde as apostas esportivas se tornaram uma fonte significativa de despesas. Isso tem levado a um aumento no endividamento entre a população de menor poder aquisitivo, comprometendo ainda mais o crescimento econômico do país.


Renda comprometida e apostas em alta


Não há dados precisos sobre o número de plataformas de apostas operando no Brasil ou o volume de dinheiro movimentado por elas. Esses números só serão conhecidos após a regulamentação completa pelo Ministério da Fazenda, quando as empresas de apostas online começarão a pagar tributos ao governo.


A consultora econômica Ione Amorim, do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), alerta para os riscos econômicos e sociais associados ao crescimento das apostas online. Segundo ela, o fenômeno tem gerado endividamento, problemas de saúde mental e até casos de suicídio, especialmente entre as camadas mais vulneráveis da população.


Além disso, Amorim enfatiza que a falta de educação financeira torna o público de baixa renda mais suscetível aos riscos das apostas, que muitas vezes são vistas como uma forma rápida de obter recursos para quitar compromissos. No entanto, ela alerta que os ganhos fáceis podem levar a perdas significativas, exacerbadas pelo uso de algoritmos que desfavorecem os jogadores.


PL 2234 e a expansão dos jogos de azar


A situação pode se agravar com a possível aprovação do Projeto de Lei nº 2.234/2022, que autoriza a exploração de cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalo em todo o território nacional. Embora os defensores do projeto argumentem que a legalização pode gerar empregos e tributos, críticos apontam que os custos sociais e econômicos, especialmente para as classes mais baixas, podem ser altos.


O recolhimento de tributos pelas plataformas de apostas esportivas online só começará após a regulamentação completa, com a outorga concedida mediante pagamento de R$ 30 milhões à União. Entretanto, os impactos negativos, como o aumento do endividamento e os custos adicionais para o Estado com segurança pública e saúde mental, já estão sendo sentidos.


Com informações da Agência Brasil

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